•A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bo

•A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bo
•A UMBANDA TEM FUNDAMENTO E É COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO.
Obrigado, meu Deus, pela fé que me sustenta, Pelos amigos que fiz E continuo fazendo. Obrigado, meu Deus, Pelas bençãos de Ogum, Pela proteção de Iemanjá, pelo amor de Oxum. Obrigado, meu Deus, Pela força de Iansã, Pela retidão de Xangô, Pelo colo de Nanã. Obrigado, meu Deus, Pelo equilíbrio de Oxosse, Pelas curas de Omulu, pelas cores de Oxumarê. Obrigado, meu Deus, Pelas folhas de Ossãe, Pelas Crianças que enchem de alegria nossos Terreiros, Pela amizade dos Boiadeiros. Obrigado meu Deus, Pela humildade dos Pretos-Velhos, Pelas Almas Santas e Benditas, Pela cumplicidade de Exu e Pomba Gira. Obrigado, meu Deus, por fazer de mim um instrumento da Tua vitória. Até aqui o Senhor me ajudou! Deus salve a Umbanda!
Ney Rodrigues

RADIO C.E.A.B.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Apostila sobre Umbanda para Médiuns e Assistentes.


Introdução

Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no seu Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, desenvolver significa: tirar invólucro, expor minuciosamente, progredir, alargar, instruir-se. E desenvolvimento é o ato ou efeito de desenvolver.

Desenvolvimento Mediúnico é o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espíritos.
Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é, certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ninguém inventa faculdades inatas, prontas para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual. É preciso, contudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo adequadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo físico do homem.
Esta apostila, tem a finalidade de orientar qualquer pessoa interessada em conhecer, aprender, participar da Umbanda, bem como, de acordo com sua vontade, participar depois de algum tempo, do quadro de Médiuns.
Quando a Pessoa, de alguma forma sente-se compelida a freqüentar uma sessão de Umbanda ou simplesmente conhecer um pouco mais a respeito da Religião, torna-se necessário para um bom aproveitamento conhecer as Linhas Básicas quanto ao que se refere.
Rosiney Rodrigues da Silva





Umbanda - História da Umbanda

Pesquisa feita por Lucilia Guimarães
e Eder Longas Garcia

(Zélio de Moraes, de viva voz, nos conta a história da criação
da Umbanda no Brasil. Confira o seu depoimento e as manifestações do Caboclo das Sete Encruzilhadas e do Pai Antonio).

Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível.
Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens. Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro.
Aos dezessete anos, quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha, aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade.

A princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, Diretor do Hospício de Vargem. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então, também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.
Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado". No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada Dona Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio.

Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade. O Pai de Zélio de Moraes, Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita , já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita . No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói.
Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição, sentaram-se à mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho.

Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local, ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou:
"- Por que repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Seria por causa de suas origens sociais e da cor?" Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou: "- Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados?

Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?" Ele responde:
"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

O vidente ainda pergunta: "- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?”Novamente ele responde”; -Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 • Neves • São Gonçalo • RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita , parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente às 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:"-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social.

A prática da caridade no sentido do amor fraterno será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo". Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.
O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras "- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem as horas de aflição; todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai".

Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão. Caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que havia neste local, praticando suas curas. Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras: "- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá". Após insistência dos presentes fala:"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"- Minha caximba, nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".

Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de"Guia de Pai Antonio".
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados. A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, recebendo ordens do astral, fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:

Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo.


As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas. Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitar a ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele. O ritual sempre foi simples.

Nunca foi permitido sacrifício de animais. Não utilizavam atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje. As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam. A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda fazem a ligação com a vibração dos seus guias. Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.

Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú • RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.
Faleceu aos 84 anos, no dia 03 de outubro de 1975.

História do Advento do Caboclo Mirim
Em 1920 no Rio de Janeiro, o médium kardecista Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 - 03/12/1986), teve a primeira manifestação de uma Entidade que identificou-se como Caboclo Mirim, que vinha com a finalidade de criar um novo núcleo de crescimento para a Umbanda. Assim, toda a família do médium foi chamada a participar. Eram ao todo 12 pessoas que deram início em 1924 ao que foi chamada a Seara de Mirim. Após 18 anos, em 1942, foi fundada a Tenda Espírita Mirim, à rua Sotero dos Reis, 101, Praça da Bandeira; mudou - se, posteriormente, para a rua São Pedro e depois para a Rua Ceará, hoje Avenida Marechal Rondon, 597.

Instruções do Caboclo Mirim
Através de seu médium, o Caboclo Mirim apresentou várias orientações sobre o comportamento do filho de Umbanda, tanto na sua postura no terreiro como em sua vida , apresentamos os conselhos :
• Abra o seu corpo, esqueça a vida material e fale somente o necessário.
• Não interceda no comportamento de ninguém, por mais estranho que seja, respeitando a todos indiscriminadamente, pois assim estará respeitando a si próprio. Não ria nem caçoe de ninguém, mantendo o silêncio absoluto e total. Não ache graça nas Entidades incorporadas, pois as mesmas comportam-se de diversas maneiras, dependendo do cavalo, isto faz parte dos trabalhos. Respeite o Iniciante incorporado, mesmo achando que o mesmo não esteja firme com o Guia, pois os mesmos estão em Evolução como todos nós e fazem parte importante nos nossos trabalhos.
• Evite o contato físico com os outros, não ponha a mão na cabeça de ninguém, pois você desconhece o que as pessoas trazem consigo mesmo de bom ou de ruim. Somente os Médiuns Juramentados podem fazer isto, assim assumindo esta Responsabilidade.
• É perigoso dar consulta, pois no momento da consulta você assume uma Responsabilidade Espiritual séria consigo mesmo.
• A alimentação, bem como o zelo pelo seu corpo físico, é fator preponderante para a boa captação dos Fluídos que emanam do Aspiral Ascendente formado pela Ectoplasmia de todos e que de lá vem à verdadeira quota para cada um, de acordo com seus merecimentos. O valor da Entidade depende do Corpo Físico e Mental do cavalo e se o mesmo não tiver uma boa saúde Psico-Físico e Mental a Entidade não terá nada para dar a quem necessite.
• Acompanhe mentalmente e cante as Curimbas, pois as mesmas são Orações cantadas e trazem nas suas palavras verdadeiras Filosofias de Vida e Ensinamentos. Não interceda nos Curimbeiros solicitando cantar esta ou aquela Curimba simplesmente porque você acha bonita ou que rima bem. A Curimba é fator de importância nos trabalhos, cabe a quem estiver comandando a Gira ordená-las de acordo com a necessidade.
• Abra o seu coração, Oxalá veio ao mundo e não o virou, trouxe a sua Doutrina e foi um observador, não será você que poderá julgar os outros. Seja, portanto, um observador oculto da vida, pois viemos ao Mundo para sermos comandados e não comandantes. Seja um pequeno homem num Mundo grande e não um grande homem num Mundo pequeno.
• Mediunidade é uma coisa e Doutrina Espírita é outra. A Mediunidade processa-se de diversas maneiras, quer na audição, tato, visão, olfato, incorporação e etc... Doutrinação é o que fazemos nas Giras com as Entidades, pois: Trabalhamos para as Almas e não com as Almas.
• A nossa Doutrina não conserta a vida de ninguém, mas cria condições para que cada um conserte a sua própria vida de acordo com o seu paladar.
• Numa sessão todos são vistos e observados e cabe a cada um a Responsabilidade Espiritual de seus atos.
• Abra a sua mente para que você possa verdadeiramente levar consigo e para os seus verdadeiros fluídos de Paz e Felicidade de acordo com seu merecimento.
• Não interceda na vida dos outros os aconselhando, pois você não sabe dos merecimentos dos mesmos e assim procedendo você não assume Responsabilidades Espirituais. Lembre-se do Livre Arbítrio de cada um. Viva a Indiferença Construtiva da sua própria existência.
• Não se esqueça do compromisso que você assume com o Caboclo Mirim desde que você resolveu freqüentar a sua casa. Escolha para você próprio os ambientes que freqüentar, não participando de trabalhos baixos, pois a responsabilidade será somente sua e você, um dia, prestará conta da mesma. O Mundo dos Mortos é incomensurável e nele habitam os mais diversos tipos de Espíritos, portanto não os invoque sem conhecimento de causa.
• A Umbanda não faz matança, pois os animaizinhos são nossos irmãos e a Lei da Fraternidade Universal as proíbe.
• Seja dono do Mundo Material que você possui não deixando que o mesmo seja o seu próprio dono. Goste do que lhe pertence, mesmo sendo pouco.
• Viva a Vida como ela se apresenta para você na sua verdadeira beleza, prezando conscientemente pelo seu Corpo Físico e Espiritual. Não se esqueça que as cicatrizes do Corpo Físico logo saram, mas as cicatrizes da Alma cada um carregará pela Eternidade. Zele também por sua Alma enquanto lhe sobra tempo nesta Fase Corpórea. Leia o Livro da sua própria Existência todo dia.
• A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bom para quem sabe ler...

Ritualística
A "Escola da Vida", fundada pelo Caboclo Mirim, possui uma ritualística diferente das conhecidas. De acordo com os seus ensinamentos, há iniciados do Primeiro ao Sétimo grau de iniciação. Estes graus são atribuídos aos médiuns e não às Entidades. Estes graus estão classificados em tupi-guarani, desta forma:
Bojá-mirim - 1ª grau: Médiuns iniciantes. Estes médiuns estão em desenvolvimento e devem procurar ensinamentos com os médiuns dos demais graus superiores e se aperfeiçoarem moralmente, evitando vícios de todas as espécies e desequilíbrios de qualquer ordem. Devem, ainda, estar firmes em seus propósitos de desenvolvimento, evitando que sugestões de espíritos inferiores cheguem às suas mentes em forma de sensação, pois os espíritos inferiores não gostam de iniciantes que se propoem a um desenvolvimento mediúnico sério para futuramente desfazerem os trabalhos de magia negra que estes espíritos inferiores teriam feito.
Bojá - 2ª grau: Médiuns de Banco. São os responsáveis pelo descarrego de energias negativas e pela doação de fluido vital para os espíritos necessitados que passarem pelo seu corpo durante uma sessão de caridade espiritual. Estes médiuns, assim como os iniciantes, devem estar atentos aos pensamentos de desestímulo em relação à continuidade de seu caminho na Umbanda, evitando assim que espíritos inferiores atrapalhem sua caminhada. Devem ser assíduos, estando na sua tenda sempre que possível para prestarem sua caridade.
Bojáguaçu - 3ª grau: Médiuns de Terreiro. São médiuns passistas. Este grau é uma grande mudança em relação às responsabilidades do médium no Terreiro, pois o médium deve saber aplicar um passe, a forma ideal de aplicá-lo, e os devidos resguardos antes da sessão.
Abaré-mirim - 4ª grau: Sub-chefes de Terreiro São médiuns que, além de já estarem firmes no passe e com conhecimento suficiente sobre a dinâmica das sessões e passarão a tomar conta do terreiro, orientando os médiuns de graus anteriores.
Abaré - 5ª grau: Chefes de Terreiro São médiuns que devem orientar os médiuns de graus anteriores sobre como proceder nos passes. Além disso, é neste grau que se inicia a trajetória do médium para consultas espirituais. Já dizia o Caboclo Mirim que dar consulta é perigoso! Não se pode atuar no livre-arbítrio dos outros. Só dê consulta se for solicitado! Adicionalmente, médiuns deste grau já devem ter responsabilidades com os demais médiuns de graus anteriores durante as sessões e giras, orientendo-os sempre que necessário.
Abareguaçu - 6ª grau: Sub-comandante chefe de terreiro São médiuns que estão se preparando para Escola de Comando. Devem focar em obter experiência da ritualística dos trabalhos espirituais e se preparar para aprender a comandar sessões.
Morubixaba - 7ª grau: Comandante chefe de terreiro São os médiuns comandantes de terreiro. São os dirigentes de sessão e devem orientar todos os demais graus.

Médiuns

Médium é aquele que tem a sensibilidade de sentir e intermediar o mundo espiritual. Existem vários tipos de mediunidade, como o de incorporação, de intuição, vidência ocular e intuitiva, psicógrafo, de efeitos físicos e mais uma porção de divisões. Como temos por objetivo a Umbanda, vamos estudar mais aqueles que são usadas tradicionalmente, que são os de incorporação e intuição. Por não sentir nenhuma vibração, muita gente acha que não tem mediunidade.

Acontece que muitas vezes a mediunidade ainda não foi mexida e ela fica adormecida até que uma energia qualquer, somada com a vontade e dedicação do médium, desperte essa sensibilidade. Existem pequenos sinais que são típicos de quem é médium. O primeiro deles é o medo. A pessoa tem medo porque acredita no mundo dos fantasmas, o mundo paralelo. Se ela crê nisso, é porque pressente a existência deles, não deixando de ser um sinal de fé. Aquele que não tem nenhuma sensibilidade, nada sente e nada percebe, é o que não tem medo. Arrepios, palpites e adivinhações, telepatia e outros dons semelhantes, são sem dúvida outra indicação da mediunidade.
A fé e a vontade de conhecer o sobrenatural é um típico indicio da mediunidade. Conheci vários médiuns que faziam parte da corrente e não sentiam a mínima vibração, e após alguns anos tornaram-se excelentes médiuns de incorporação e consulta. O interessante que o médium necessita de uma religião, seja ela qual for.

Tem pessoas que por comodismo dizem que acreditam em Deus e isso lhes basta. No fundo são médiuns, pessoas medrosas, que não têm a coragem de negar a existência do Criador, não por cultura religiosa, mas por inequívoca demonstração de recusarem um vinculo com as obrigações de um compromisso religioso. Os que mais sentem a manifestação dos espíritos junto de si, são os que, mais uma vez pelo medo, correm em busca das religiões para negarem a incomoda presença de um espírito junto de si.
Existem manifestações dos espíritos em médiuns latentes tão impressionantes que se a família tiver preconceito com o espiritismo, acaba levando-os aos médicos e até a internação em hospitais psiquiátricos.

Um exemplo é o caso de dois irmãos, com 16 anos e com 14, que eram dominados por espíritos tão animalizados que derrubavam os meninos e os deixavam no chão como se fossem animais, e entravam em violenta briga através de mordidas e arranhões, mas nunca com gestos humanos. Sua mãe, uma simplória senhora, guardou um pé de arruda ao seu alcance para que quando isso acontecesse, fizesse uma benção mágica que tinham lhe ensinado. Feito isso, os dois irmãos avançaram sobre ela, com as mesmas características de animais ferozes, arrancaram de sua mão o pé de arruda e o pastaram - se assim pode ser explicado, o que fez com que ambos, pela toxidade da planta, tivessem que ter no dia seguinte assistência médica para curar a dor de barriga.

Esses irmãos, após cuidadoso desenvolvimento mediúnico, foram excepcionais médiuns, tanto que a moça incorporada deixava mensagens maravilhosas, toda ela em forma de poesia. Fiz essa pequena introdução, para chegarmos, por partes, até o método das incorporações.

Vamos iniciar com os médiuns novos, ávidos da espiritualidade conhecida através dos trabalhos de um grupo. Prefiro exemplificar o médium comum, aquele que não tem nada lhe incomodando ou prejudicando que o faça procurar cura no espiritismo. É o médium que gostou e se empolgou com a religião e algo lhe puxa para dentro da corrente, alguma coisa dentro do seu coração que lhe induz a acreditar nos espíritos.


O médium entra tímido, sente-se deslocado e algumas vezes até envergonhado, achando que todas as pessoas do terreiro a estão observando. Começa assim até ficar mais solto e à vontade, quando sente a vibração do terreiro e das linhas espirituais que estão trabalhando. Como sente arrepios, tonturas e até mesmo um certo descontrole, incorpora e sai andando no terreiro sem saber o que fazer. Aqui quero explicar às pessoas que os dirigentes, de qualquer terreiro, estão observando e cuidando para que o médium não caia, não se machuque e muito menos se exceda na incorporação. É o que chamamos incorporação na vibração, ou seja, o espírito está ao seu lado, mas ainda não incorporou como devia. Chama-se o médium de umbanda de •cavalo•, acho que para podemos explicar bem como as coisas acontecem e para frente vamos explorar bastante essas comparações. Um cavalo ainda não domado é separado para a doma.

O domador, antes de montá-lo, com bastante paciência, ensina-o a usar o cabresto, o freio e com muita cautela põe sobre seu lombo a sela, para que ele sinta um leve peso, já o acostumando para finalmente ser montado. É o que acontece com o médium que incorpora na vibração. Vale dizer que o treinamento do cavalo é longo, levando, às vezes, meses para que o domador possa montá-lo. Com os médiuns é a mesma coisa: demora, por isso tenham paciência, mas de repente, em qualquer momento, o espírito incorpora em sua totalidade, e da mesma forma que o cavalo vai sentir um peso mais forte, o médium vai sentir a presença do seu com certeza maravilhoso orixá, e faz com que o médium passe a outra fase de seu desenvolvimento.
Se bem que eu prefiro a denominar o médium de umbanda como aparelho.

Porém, segue abaixo em negrito a explicação dos mais antigos na religião para a denominação cavalo ao médium de Umbanda.

”O médium na Umbanda é chamado de cavalo porque o espírito toma seu mental e também o corpo, diferente do kardecismo, no qual o espírito toma só o mental do médium.”

Os médiuns, aparelhos, ou cavalos, como queiram, da Umbanda, têm que tomar certos cuidados para seu perfeito desenvolvimento. Devem cuidar de sua cultura, honrar os espíritos acima de tudo, doar-se inteiramente à casa em que trabalham, sem entretanto esquecer de equilibrar sua vida profissional, social e familiar e fugir do fanatismo tão nocivo ao bem estar dos religiosos. Deve respeitar as outras religiões, sem querer impor aos outros as suas convicções.

Não beber, controlar seu emocional e não cobrar nada da religião. Nunca aceitar favores ou pagamentos pelos trabalhos que fizer e jamais usar a energia do sangue em seus trabalhos e, principalmente, nunca sacrificar nenhum animal. Por isso mesmo, antes de se filiar à uma casa, deve saber dos princípios filosóficos dos seus dirigentes. Deve fazer da Umbanda uma religião alegre, gostosa e vibrante. Para isso não deve se imiscuir nos problemas dos irmãos de corrente, sem jamais julgá-los. Deve respeitar a hierarquia da casa, muito embora lhe caiba o direito de também ser respeitado.


Obrigações

As regras são bem claras. Por isso é bom que os candidatos ao ingresso no terreiro conheçam antecipadamente as suas obrigações e o que devem ou não fazer. Existe um compromisso com o terreiro a que forem pertencer, seja ele qual for: vontade de evoluir espiritualmente, disciplina na corrente, submissão aos mandos da hierarquia, se não puder amar seus irmãos ao menos os tolerem, não criticar os outros, cuidar para que suas palavras sempre sejam de incentivo e amor, cuidar e zelar por seu material dos trabalhos e de sua roupa branca, honrar a respeitar o nome dos espíritos, respeitar as outras religiões, sempre que tiverem dúvidas perguntar aos dirigentes, não hesitar quando forem convocados para auxiliar os outros como cambono, não fomentar brigas e discórdias, não faltar aos trabalhos (inclusive os que forem marcados em outros dias), cumprir os horários dos trabalhos, não freqüentar outros trabalhos sem autorização do dirigente, cantar os pontos e auxiliar a manutenção da gira e outras condições que o bom senso determina e que por qualquer motivo eu não tenha mencionado. Sou contra regras e prego a liberdade, mas jamais o médium deve esquecer que a sua liberdade cessa quando começa a do outro.

1) Servir como cambono por um período no terreiro é uma obrigação dos médiuns novos. Servir e assistir os trabalhos das entidades vai dar um conhecimento significativo sobre a forma como os orixás trabalham. Para conhecimento de todos, o que mais aborrece um dirigente é a má vontade do médium quando ele é convocado para ajudar como cambono. Quando comecei na Umbanda eu pedi, por minha espontânea vontade, ao meu dirigente a oportunidade de eu servir alguém como cambono. Não me arrependi porque aprendi muito.

2) O médium não deve ficar olhando os outros, julgar ou criticar seu irmão de corrente. Deve cuidar somente de si e deixar para a hierarquia corrigir o erro dos outros.

3) Levar seu material de trabalho e manter sua roupa branca sempre limpa e em ordem e, se não quiser ficar descalço, usar uma alpargata com sola de cordas e nunca tênis.

4) Chegar e cumprir à risca os horários dos trabalhos e quando não puder participar dos mesmos, avisar com antecedência a sua ausência.


Cuidados e Deveres
O médium tem um complexo espiritual chamado aura, que é formado pelo material (o corpo físico), o duplo etéreo (ou cascão), o perispírito e o espírito. A aura é formada por elementos energéticos que se chama chacras. É por eles que o espírito incorpora, até unir o seu espírito com a aura do cavalo. Por esse motivo é importante haver uma preparação do médium nos dias de gira para que sua aura esteja leve e limpa, através de bons pensamentos, com o mental sem mágoa ou raiva. Sua atenção no dia dos trabalhos deve estar sempre voltada para reunião com os irmãos da corrente, procurar a alegria, boa leitura, não dizer palavrões, não comer carne e fazer refeições leves. Quando o médium for receber a entidade, ele deve ficar com sua mente o mais livre possível de pensamentos. Para quem não tem a prática da concentração, um bom método para facilitar a incorporação é ficar pensando no tipo da entidade que vai incorporar e respirar rapidamente e soltar pela boca o ar aspirado.


Incorporação
Muito médium tem dúvidas sobre as incorporações, confundindo-se nas mensagens, achando que não é o espírito falando, mas sim sua própria cabeça. Espero com esta nota dirimir dúvidas aos médiuns e trazer-lhes a certeza que quando for animismo os dirigentes da casa sabem como corrigi-lo.

Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre a união de ambos terá uma terceira qualidade.

É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade.

Com o Espírito Incorporado
Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda, ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção.

Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo, mas não tem o controle das palavras e dos gestos.

É o que chamamos de terceira energia. Como já foi dito acima, existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Ou seja. O café e o leite, separados, são puros.
Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.

1) É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade, sabendo das dificuldades de seu cavalo, tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já me perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium. Respondi convicto: mais do que o guia, ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.

2) É fundamental ao médium confiar nos dirigentes do terreiro. Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando.

Na Umbanda, os médiuns mais comuns são os de incorporação e os de intuição.

A influência moral do médium
O médium que emprega mal suas faculdades sofre duplamente as conseqüências do mau uso da mediunidade, uma vez que perdeu a oportunidade de evoluir. Se a mediunidade é para a prática da caridade e o médium a usa mal, responderá por não ter feito a caridade e também por todo dano e sofrimentos que causar a outros, por isso padece duplamente a conseqüência de seus atos.
Os Guias nos dão lições de moralidade, perdão e fé, mas o fazem com reservas e não falam claramente, esse procedimento é para permitir maior mérito aquele que ouve, aprende e pratica os ensinamentos que recebe.
O bom médium, devotado e trabalhador, ouvirá essas lições, ainda que essas lições sejam diretas, ou dêem a entender, que a ele são direcionadas. Aprenderá com elas e procurará melhorar-se.
Não existe médium perfeito. O único foi Jesus Cristo. O que pode existir hoje são bons médiuns. A boa índole, a moral, a boa vontade do médium, sua capacidade de perdoar seus inimigos, sua dedicação nas horas difíceis de trabalho, ou nos transportes violentos, a capacidade de suportar a dor no lugar de seu próximo, ou permitir que seu próximo amenize seus sofrimentos, é que determinarão o sucesso ou o fracasso do médium.
Todo médium deve compreender que as horas de trabalho são horas difíceis. São horas de dedicação ao próximo. Deve compreender que, se faz parte de corrente espiritual, isso acontece porque ele é mais imperfeito do que aqueles que procuram por seus Guias.
Deus, dando provas de Sua infinita bondade, deixa ao alcance do médium os meios para traçar a própria felicidade futura. Se ele não aproveita a oportunidade, também não poderá culpar outras pessoas, no futuro, por sua infelicidade futura.
Os médiuns de Umbanda são em sua grande maioria, seres desprezíveis e rapineiros do passado, e Deus, provando Sua bondade, deixa ao alcance desses médiuns os meios para se mostrarem dignos no futuro.
Se voce é médium de Umbanda compreenda o que é a mediunidade e as horas de sacrifício nos trabalhos do templo, se elas lhe são duras, imagine-se em cadeira de rodas ou cego, ou doente com problemas e dores por toda a vida. A sua própria razão lhe mostrará a bondade de Deus para com você.
Participar de corrente de Umbanda, para os médiuns de Umbanda, já é um privilégio nem sempre merecido. Aprenda com os Guias, os seus e dos outros médiuns. Pratique os ensinamentos que receber e você traçará o seu futuro, onde colherá, através de seus atos, o seu sucesso ou o seu fracasso mediúnico.

Perguntas e respostas sobre Mediunidade:
Pergunta: Para os espíritos trabalharem dentro da casa na lei de Umbanda tem que se manifestar como Caboclo como criança ou como Preto-Velho? Ogum é índio ou é um soldado romano?

Resposta: A característica de Ogum que vem com uma armadura é porque nós fizemos estes símbolos. A Umbanda é cheia de folclore, e o folclore é aproveitado pelos espíritos. Um Ogum é qualquer filho de Ogum. O simbolismo pode ser o Romano, mas o espírito incorporado é o Índio.

Comentário: tem horas que a gente tem que saber segurar a vibração.
Tem que aprender a se curvar diante do ponto cantado. No ponto de Preto-Velho não pode vir um Caboclo. Quando se canta Iemanjá, tem que vir Iemanjá e não Iansã.
Pergunta: Mas pode acontecer de um Preto incorporar num ponto de Caboclo?

Resposta: Pode, mas está errado.

Comentário: Se alguém em um trabalho precisa de energia de Iemanjá é legal que as pessoas da corrente se concentrem e tragam esta energia para fortalecer este campo de força que está sendo formado. Incorporar espíritos que não estão sendo chamados pode atrapalhar na formação deste campo. Quando se chama Iemanjá podem vir ondinas, sereias, caboclos e caboclas.
A Umbanda é muito mais complicada que o Kardecismo, mas é mais fácil, pois não cai na mentira. O espírito tem que vir no ponto certo, riscar o ponto certo, beber a bebida certa. No Kardecismo é fácil a entrada de espíritos obsessores, mas eles são reconhecidos pois nunca falam em nome de Jesus. É muito importante a compreensão da existência de uma terceira energia. É como se fosse um café com leite, o médium e o espírito. Uma incorporação é como se tivesse o espírito do médium e o espírito sozinhos dentro de um quarto (o nosso corpo). A melhor incorporação é aquela em que a pessoa consegue fica sentada e quieta em um canto do quarto, enquanto deixa o espírito fazer tudo que precisa. Durante a incorporação não se deve ter vergonha, nem incorporar pensando no que o outro está pensando de você.

Pergunta: Como eu sei que um Caboclo ou um Preto Velho ?

Resposta: Sob o comando da música.
Os Pretos-Velhos e os Caboclos podem trabalhar juntos, mas cada um vem em seu ponto de chamada.

Pergunta: Na incorporação de Ogum, faz três anos que eu giro, giro, giro e ele vai embora. Por quê?

Resposta: Pode ser que não houve a formação certa da terceira energia.

Comentário: O sentido do tempo também tem umas considerações. A umbanda não é como um curso que se você fizer direitinho no final do curso você vai receber um diploma. Na Umbanda não existe este tempo, cada um tem um tempo diferente.

Magia da Corrente
Li e usei: "Ninguém é tão forte como todos nós juntos". A corrente é a grande força do terreiro. Uma vez perguntei ao Caboclo Sete Pedreiras a importância de um terreiro bonito e confortável. "Meu filho, se esta casa cair, vocês vão se reunir lá fora, olhando para o céu estrelado, e vão continuar trabalhando. Mas se a corrente se dissolver, o terreiro, mesmo belo e sólido, vai fechar". E batendo na parede de alvenaria explanou: "Na verdade acho a corrente mais merecedora de cuidados que estas paredes frias. Nunca trabalhei sozinho, só com a corrente. Quem trabalha sozinho, um dia ou outro, vai se complicar". É inevitável o desastre. A corrente, como diz a mensagem, é a força do terreiro. Tudo gira em torno dela.
O Caboclo Sete Pedreiras também disse que todos nós somos protegidos pelos nossos próprios guias e pelos membros espirituais da casa. Falou também que todo escudo é poderoso, mas é projetado para proteger o que vem de fora, se quiser fragilizá-lo é só atacar pelo lado avesso, que não tem blindagem. O que o Caboclo quis dizer com isso é que o que enfraquece a gente são os nossos medos, as nossas angústias, coisas que estão dentro da gente.


Facilitar as Incorporações

Quando o médium está preparado para seguir o procedimento normal do aprendizado, ele não deve segurar as incorporações, e jamais esquecer o momento certo da incorporação. Se está se chamando um espírito pelo ponto individual ele não deve dar passagem, exceto se for ponto de linha, o momento for oportuno e permitido pelo desenrolar da gira. O médium deve facilitar a incorporação. Na Umbanda as entidades têm incorporações típicas da linha. O índio é ereto, forte e incorpora com uma vibração firme, algumas vezes se ajoelhando e batendo no peito. O preto-velho já é mais macio na incorporação, se curva e faz o tipo de cansado e a criança o tipo infantil. Quando o ponto estiver induzindo o tipo da entidade, o médium já deve estar psicologicamente preparado para receber e se comportar conforme o tipo da entidade. É um erro lutar contra o espírito, ou seja, receber um índio como se fosse um preto-velho. De propósito até agora não falei do exu e da pomba-gira, para dar um destaque de grande importância.






Perigos da Mediunidade

Quem fuma cachimbo está sempre impregnado do cheiro da fumaça. O dentista quando sai de seu consultório exala o cheiro forte do remédio que usa em seus pacientes. Quando trabalhamos com a incorporação de espíritos os resíduos de suas energias ficam na nossa aura. O acumulo sucessivo das incorporações deixa essas energias depositadas e em número cada vez maior. Se por um momento nós tivermos raiva de alguém e nossa energia for direcionada a essa pessoa, junto com ela todas as energias acumuladas engrossam o poder da vibração, podendo causar um mal imprevisível ao atingido, e isso sem nenhuma responsabilidade ou vontade das entidades. Por isso quando dizem que um Exu fez o mal, na verdade foi só o médium que usou da energia dele para provocar a maldade. Vale aqui colocar uma ordem nessas palavras: Exu não faz o mal, por se ele fizer não será Exu e sim um espírito malvado se fazendo passar por ele. Por essas razões os médiuns da Umbanda devem ter a consciência para não terem pensamentos negativos contra ninguém. Com o tempo aprendi que: “médium de Umbanda está proibido de ter raiva”.

Relações Espirituais, Materiais, Sociais e Profissionais.
A Umbanda é envolvente, misteriosa e leva muitas pessoas ao perigo do excesso quase chegando à beira do fanatismo. Um médium deve ter um equilíbrio em suas atividades, jamais deixando de cumprir suas obrigações sociais e profissionais e não viver todo o seu tempo cantarolando pontos de Umbanda e pensando em seus Orixás. Tudo tem o seu momento certo e a religião deve ser vivida com absoluta harmonia com suas atividades cotidianas. Aos jovens recomendo continuar vivendo com seus amigos seja qual for a fé que eles tenham, não discutir a religião, ir aos cinemas, festas, fazer tudo que um jovem tem direito, inclusive estudar. Aos que têm família constituída, recomendo deixar as entidades no terreiro e em seu lar, embora com o coração sempre voltado para sua espiritualidade, vivam as vidas do cidadão comum. Já vi namoros, noivados, amizades e até casamentos se dissolverem pelo fanatismo.


Flor mediúnica
Mediunidade é o trabalho do desapego, um trabalho feito com o coração no Todo, um
reto-agir...
Mediunidade é darma em ação, resgatando carmas antigos e fazendo novas flores
desabrocharem na atmosfera física e espiritual do mundo...
Mediunidade é oportunidade de evoluir acima de tudo, trabalho de assistência e
autoconhecimento íntimo e espiritual. Mediunidade é uma porta aberta para o congraçamento
entre irmãos, nessa grande jornada espiritual que é a Vida..
Mas mediunidade não é culto desmedido as entidades espirituais, tampouco a negação das
capacidades do ser pessoal (anímico). Em verdade, mediunidade é um processo de
mão-dupla, um processo anímico-mediúnico ou medianímico, onde a consciência encarnada
dá as mãos a uma consciência desencarnada e ambas, juntas, trabalham, sorriem, amam e
aprendem mutuamente. Uma não é melhor que a outra, são simplesmente amigos, se
completam.
A supervalorização da comunicação espiritual, do fenômeno e do trabalho mediúnico é uma
barreira para o desenvolvimento das capacidades anímicas. Uma não substitui a outra, mas
sim, se co-relacionam e completam-se integralmente.
Antes do desenvolvimento das capacidades mediúnicas, que tal o desenvolvimento pessoal,
interno, da própria consciência. Essa será a base firma e amorosa que qualquer entidade
comunicante poderá utilizar-se para um sadio e criativo contato mediúnico.
Vocês todos são o elo material da corrente. Como anda esse elo?
Não falamos de tolos moralismos, falamos de serenidade ao viver. Falamos de uma
consciência em sintonia contínua com a espiritualidade superior, aberta as idéias de luz que
brotam do mais alto. Pessoas tocadas pela grande mão de amor do Pai-Mãe de Tudo.
Percebam, observem mais. Um trabalho mediúnico antes de auxiliar o próximo, deve auxiliar
vós mesmos. Deve ser capaz de abrir sua consciência, expandir seus horizontes, melhorar
seus sentimentos mais nobres e equilibrar suas densas emoções. Um trabalho mediúnico deve
ser também um trabalho de autoconhecimento e auto-realização. Uma ferramenta, muito útil e
valorosa, na grande jornada da Vida.
Caso contrário ela não florescerá, não te trará bem-aventurança, não se instalará em seu
coração. Caso contrário, com o tempo, o brilho nos olhos diminuirá e não mais a mediunidade
exercerá seu encanto atrativo sobre você.
Por fim, quando a hora do desencarne chegar, poucas portas você terá aberto, não
aproveitando a oportunidade-semente que Deus te deu. Medite nisso!
Cuidado também com o ego de médium. O ego de médium não é, como dizem por aí a
vaidade de si mesmo como pessoa. O ego de médium não se manifesta como uma
auto-valorização de si mesmo, mas sim, da manifestação mediúnica. A sombra do ego é
sorrateira, disfarçando-se sobre a pseudo-humildade de quem se diz apenas instrumento, mas
no seu íntimo julga-se o grande e insubstituível instrumento. Esse é o ego de médium. O ego
de ser o melhor canalizador de todos, disfarçado em falsa humildade. O ego de julgar seus
guias os melhores. Aquele ego que sempre encontramos nos julgadores, naqueles que sempre
olham a comunicação mediúnica dos outros com o rabo dos olhos, contrariados, desconfiados,
não por discernimento, mas por pura armadilha do ego. Esquecem que uma comunicação
mediúnica deve ser sentida com o coração e discernida com os olhos da alma. Cuidar do
argueiro nos olhos do outro sem olhar o entrave no seu, já dizia o mestre Jesus.
Também não se deve cair na desvalorização tola do próprio eu. Como dito acima, muitas
vezes isso é uma armadilha do ego, principalmente no caso da mediunidade, onde
normalmente desvaloriza-se o eu (anímico) para supervalorizar o espiritual (mediúnico), com a
falsa desculpa da humildade.
Meio termo e equilíbrio na senda. Anímico e espiritual. Você e seus amigos extrafísicos
juntos, de mãos dadas, sorrindo e trabalhando. Construindo firmes atmosferas de luz nesse
planeta, tão engolido pelas brumas da ilusão e da treva. Caso vocês acertem, o mérito é de
TODOS. Caso vocês errem, o erro também é de TODOS. Assim a mediunidade pode
desenvolver-se de forma mais equilibrada. A responsabilidade é de TODAS as consciências
que estão envolvidas no processo. Caso contrário, algo está errado, algum lado está sendo
super valorizado.
Por último, pensem bem quais são seus objetivos na senda mediúnica. Existem pessoas que
buscam “poderes”, outros que buscam resolver todos seus problemas materiais. Outros ainda
querem apenas o título de médiuns, como um alto grau na hierarquia espiritual. Mas a
mediunidade não tem nada disso a te oferecer, a não ser a bem-aventurança interna que se
instala no céu estrelado do seu coração, apenas por poder ser útil à existência. Pense nisso!
Trabalho desapegado,
transformação interna,
Frutos lindos e belos da mediunidade.
Tocar as estrelas,
irmanados nas ondas da compaixão...
E de mãos dadas,
com seus amigos espirituais,
Voar sobre a densa mata de brumas e mistérios da morte.
Ser flecha de luz, A trespassar e a levar o brilho do espírito
Para todos os lugares.
Sê luz, trabalhar com a Luz!
Sê coração, trabalhar com Amor!
Sê Deus, trabalhar tocado por Deus...
Quando a sintonia acontece, o milagre surge
E a tristeza e a saudade desaparecem.
O Consolador brilha e sorri, bem-humorado,
Enquanto os Orixás dançam festivos;
Krishna toca sua flauta doce,
Fazendo Buda florescer no horizonte!
Fusão de egrégoras e almas;
Fusão de idéias e sentimentos;
Fusão de Energia!
O mundo não vê, mas o firmamento abençoa,
As reuniões onde as almas se fundem,
E de Luz enchem a Terra...
Se todos somos UM
E o TODO está em TUDO
Quem fala para quem?
Quem escreve o quê?
O que é mais importante:
O mensageiro ou a mensagem?
Sim, a flor da mediunidade é isso,
É poesia e canção...
Distante do julgamento tolo,
Dos olhos raivosos e imaturos pela mera competição.
Distante do ego sombrio, e da falsa humildade
Que tanto envolve na confusa ilusão.
Mas, tão perto do Eu,
Tão perto... Bem aqui, entre Eu e Você...
Lá está Ela, a Flor Mediúnica!
A ponte de luz que nos liga em espírito...
A nau dourada que desliza sobre o oceano da imortalidade...
Levanta a cabeça e contempla a imensidão.
Trabalho sem apego,
Autoconhecimento e transformação.
O gongo do eterno bateu
E finalmente a Flor Mediúnica desabrochou
No nosso coração!

Caboclo das Sete Pedreiras (Espírito)

PS: Esse amigo espiritual ainda deixa uma dica às pessoas que estão desenvolvendo a Mediunidade:

“A mediunidade é como um rio.
Ela flui do coração do espírito comunicante até o coração do médium.
No caminho, o leito, formado por seus sentimentos e pensamentos.
Cuide desse leito, para que a água verta mais límpida possível.
Não tenha pressa, aproveite.
O começo do desenvolvimento mediúnico é como a infância, moldará o resto de sua vida.
Ele deve sertrilhado como um caminho de surpresas e descobertas. De celebração e alegria.
Não se apresse, você deixará passar despercebido lindas flores que ornam o caminho.
Também não force, não se preocupe. Siga o fluxo do rio. Do coração do guia ao seu coração.
Não tem segredo... As palavras básicas são: fluidez, intuição e serenidade...
Lembrem-se: cada um com seu tempo!
Assim como o desabrochar daquela rosa é momento único na criação, e nunca mais se repetirá, assim é com a sua mediunidade.
É como uma flor que desabrochará no momento certo.
Regue-a, cultive-a.
Quando o momento chegar, os Anjos cantarão. Até lá, curta seu próprio desenvolvimento e melhore como pessoa...”.



Bibliografia:
Tenda Espírita Mirim.
A Missão da Umbanda (Ramatis). Editora do Conhecimento – Psicografada por Norberto Peixoto
Umbanda Pé no Chão (Ramatis). Editora do Conhecimento-Psicografada por Norberto Peixoto
Causos de Umbanda A Psicologia dos Pretos Velhos (Vovó Benta). Editora do Conhecimento – Psicografada por Leni W. Saviscki
100 Perguntas e Respostas Sobre a Mediunidade. Editora Nova Era – Marcio de Carvalho
Umbanda Brasileira Um Século de História. Editora Ícone – Diamantino Fernandes Trindade
Sabedoria de Preto Velho (Pai João de Aruanda). Editora Casa dos Espíritos – Psicografada por Robson Pinheiro
Okê Caboclo –(Mensagens do Caboclo Mirim). Editora Eco – Benjamin Figueiredo

Um comentário:

  1. Olá...meu amigo, irmão e médium da Umbanda!!Li com muita atenção, toda apostila e tenha certeza que aprendi muito...
    Parabéns pelo belo trabalho!!!Sei que este trabalho vai continuar...e irei acompanhá-lo.
    Bjs no seu coração

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